
Pai diz que Messi joga sem pressão e sonha com final contra o Brasil
ALEX SABINO
DA FOLHA DE S. PAULO
Mesmo antes de a bola rolar, os torcedores e a imprensa argentina batiam na tecla de que esta seria “a Copa do Mundo de Lionel Messi”.
Quatro jogos, quatro gols e quatro prêmios de melhor em campo depois, o camisa 10 é o protagonista da seleção e um dos melhores do torneio.
Jorge Messi, pai do atacante, sabe o motivo para filho enfim jogar bem um Mundial. Ele atua sem pressão.
“Desta vez, não se sente pressionado. Normalmente, Leo [Lionel] atua em cada partida como se fosse uma final de Copa, mas quando as coisas não davam certo, ele se irritava um pouco e vinham algumas críticas. Agora está mais tranquilo”, disse ele em entrevista à Folha.
À pessoa que mais confia no mundo, Lionel confessou o que jamais falaria diante dos microfones.
A sua final de Mundial dos sonhos: Brasil e Argentina, em 13 de julho, no Maracanã. “Ele me disse esperar por isso e que seria muito bonito. É a decisão que deseja. Oxalá que assim seja e ele sabe que vai desfrutar muito uma partida assim”, completa.
Um dos biógrafos do jogador, o jornalista argentinos Leonardo Faccio definiu que “Messi morde as palavras antes que saiam da boca”.
Significa que o ídolo argentino não gosta de dizer nada que revele o que realmente pensa ou sua intimidade.
Quando ele sai do vestiário, após os jogos da seleção, é uma guerra entre os jornalistas para conseguir uma palavra do atacante. Mesmo que ele jamais diga algo de revelador.
É mais fácil saber o que Lionel realmente sente por intermédio do pai, Jorge, a quem já definiu como o grande amigo que tem. Quem largou o emprego em uma estatal argentina para seguir o sonho do filho em Barcelona.
“É mais um grande objetivo que Leo está perseguindo, não apenas para ele mesmo. É o título que deseja dar ao seu país, ao seu povo e está chegando próximo”, afirma Jorge, que também desempenha o papel de empresário do jogador.
Até desembarcar no Brasil, o desempenho de Messi em Copas do Mundo era ruim. Em dois torneios disputados (2006 e 2010) tinha apenas um gol marcado.
Neste ano, ele participou de todos os sete feitos pela Argentina. Além dos quatro anotados, fez os cruzamentos para Kolasinac, da Bósnia, empurrar contra a própria rede, e para Rojo decidir a partida diante da Nigéria.
Também construiu a jogada em que Di María definiu a classificação contra a Suíça, nas oitavas de final.
A próxima adversária será a Bélgica, sábado (5), em Brasília, pelas quartas de final. O sonho de Messi de chegar à decisão está a dois jogos de acontecer.
Acusado de fraude e evasão fiscal na Espanha, Jorge Messi não quer falar sobre este assunto. Diz querer aproveitar o desempenho do filho na última competição em que se acreditava que ele ainda tinha algo a provar. Não aceita nem dizer que levar a família toda para Barcelona quando Lionel tinha apenas 12 anos, em 2000, abandonando a vida no país natal tenha sido um sacrifício.
“Não foi. Não é sacrifício realizar o sonho do seu filho e acompanhá-lo no que ele sempre quis fazer da vida. Oxalá que tenhamos mais um título para comemorar”, completa, citando a Copa do Mundo.
A julgar pela vontade de Lionel Messi, derrota do o Brasil na final, no Maracanã.
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